"" Bordados & CIA: A Verdadeira Paixão em Fazer Bordados

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

A Verdadeira Paixão em Fazer Bordados

Estresse profundo, crise profissional, vontade de fazer algo diferente. Muitos foram os motivos que levaram as personagens desta reportagem à paixão pelo bordado. Em contrapartida, características em comum as unem: elas aprendem e aperfeiçoam-se sozinhas, rascunham seus próprios desenhos e propõem criações livres, sem saber nomes de pontos ou técnicas.

Com idades entre 25 e 37 anos, as bordadeiras contemporâneas exaltam a lentidão do artesanal. “Bordar exige que você se posicione em relação ao tempo e à vida digital”, confirma o artista Felipe Morozini, autor da série Pequeno Pensamento Burguês, bordada em tecidos toile de jouy.



Para a psicóloga Ana Maria Rossi, doutora em gerenciamento de estresse e presidente da filial brasileira da International Stress Management Association, em Porto Alegre, RS, ao bordar afastamos a mente dos problemas, podendo enxergá-los como um aspecto temporário da vida, e não como a completude. Dicas sobre matrizes de bordados clique no link.

“Assim como outros trabalhos manuais, bordar é também uma saída para obter satisfação individual e reconhecimento, algo que geralmente não recebemos no ambiente profissional”, completa. Na opinião da designer e ilustradora Ana Strumpf, que recentemente lançou novos produtos bordados à mão, estamos diante de uma expressão concreta do Movimento Slow, apontado por pesquisadores de tendências de comportamento e consumo, como a professora e pesquisadora Clotilde Perez, da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, ECA-USP.

Um aspecto fundamental do novo bordado é sua relação com a tecnologia. Ao mesmo tempo que falam sobre “desligar” e “desconectar”, as jovens artesãs usam a internet como eixo de desenvolvimento de trabalho: trocam e compartilham conhecimentos e, acima de tudo, utilizam as redes sociais como meio de exposição e comercialização de produtos.

“A tecnologia abastece o movimento do feito à mão”, diz Samantha Shaw, fundadora da associação canadense Maker’s Movement, em Toronto. Muitas vezes visto como trabalho solitário, o novo bordado prova o contrário. Criado pela artista Kristen Shuler em Kansas City, nos Estados Unidos, o evento Eat, Drink and Stitch (Comer, Beber e Bordar) reúne pessoas em bares e restaurantes para a prática da atividade.



No Brasil, há um ano e meio, uma turma de cinco designers e uma jornalista começou a se encontrar nas noites de quarta-feira para bordar. Chamado de Clube do Bordado, o grupo tem hoje mais de 26 mil seguidores no Instagram e tornou-se negócio. “Longe de ser algo inútil ou antiquado, bordar em grupo é um ato de resistência e troca política feminina”, diz Bianca Santana, jornalista, professora da Faculdade Cásper Líbero, em São Paulo, e pesquisadora de relações de gênero.

Formada em artes pela School of the Art Institute, em Chicago, a estadunidense Sarah Benning tem 25 anos e mora atualmente em um pequeno apartamento na cidade de Menorca, na Espanha. Começou a bordar há 3 anos, enquanto trabalhava em tempo integral como babá. Juntou dinheiro e, com a ajuda da família e de amigos, passou a se dedicar profissionalmente ao bordado.

Aprendeu tudo sozinha, por tentativa e erro, e diz que não conhece técnicas nem pontos tradicionais. Sarah define seu trabalho como “ilustrações bordadas” de móveis, plantas, decoração e tecidos. “Em um momento histórico em que tudo está disponível imediatamente, basta ficar on-line, as coisas feitas pela mão humana se tornaram especiais”, diz.

Mãe de três crianças, a canadense Sarah Milligan, 36 anos, começou a bordar em meio a uma fase difícil da vida. “Meu marido perdeu o emprego várias vezes no mesmo ano e descobri uma doença grave. Procurei uma atividade para me acalmar”, explica.

Com estilo vintage, inspirado em livros antigos de botânica e ciências, os bordados de Sarah representam temas da natureza, como plantas, pássaros e insetos. “Fazer algo com as mãos nos permite a introspecção, conectando corpo e mente”, diz. Para ela, a mágica é pensar que estamos diante do tempo e do esforço de alguém. “Um dia, meus filhos vão olhar os trabalhos e dizer ‘Foi minha mãe quem fez’”, conta.

Leia o texto completo acessando o link abaixo:


fonte:http://revistacasaejardim.globo.com/Casa-e-Jardim/Dicas/noticia/2016/09/paixao-pelo-bordado-cresce-pelo-mundo-e-dicas-para-comecar-bordar.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário